segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Presa Humana

Sempre a mesma explicação: "Comemos animais para nosso sustento, em prol da nossa sobrevivência. É a Lei da Natureza, a lei do mais forte". Isso, é claro, quando não se ouve as mais inconsequentes declarações: "Carne é bom, eu gosto e não vou parar de comer".  É absurda essa visão humanista de mundo. Somos superiores por que somos detentores de racionalidade? E o que fazemos com essa, torturamos os inocentes animais? Nos aproveitamos de suas incríveis habilidades de maneira perversa? Mas, obviamente, tudo apenas para SOBREVIVER. E isso é sobrevivência na natureza, matar ou morrer, certo?

Proporemos, assim, uma outra situação. Um mendigo, sem dinheiro, sem um lar, sem uma família, sem nada para comer (evidentemente desnecessárias essas últimas falas, sem dinheiro nada se faz, nada se tem), a beira de sua morte por desnutrição, vê como única opção para sua sobrevivência a caça. Rodeado de prédios, carros  e asfalto, visualiza sua primeira presa: um homem alto, rechonchudo. Num só golpe, a caça é findada com sucesso e o pobre homem vence sua luta pela vida.
Mais além, um pai de família escuta de seu filho: "Pai, estou com fome". Abre a geladeira, nada tem, no seu bolso, nem uma moeda. Limitado pelo dinheiro de conseguir um alimento não apenas para sua própria sobrevivência, mas para a sobrevivência de sua família, esse vê a caça como sua única opção. Caçar para comer. E, novamente, rodeado de um espaço urbano (antes repleto de árvores e animais em liberdade), a caça humana é sua última esperança para perpetuar a vida de sua família.
Mas não há problemas, afinal, é a Lei da Natureza.

Carne de vaca, carne de frango, carne de avestruz, carne de peixe, CARNE HUMANA, é tudo a mesma coisa, meros mecanismos de sobrevivência.

 

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