domingo, 1 de janeiro de 2012

Wasted Days

Um ano é definido por convenção como o período de tempo (física clássica) de 365 dias e algumas horas. No dia 1 de janeiro às 0:00 horas a Terra está no início e fim de sua trajetória. Milhões de pessoas se mobilizam todo ano para comemorar esse momento sem saber o real porquê.
Será a "beleza" dos fogos? Fogos esses que na verdade só existem porque todos estão reunidos em festa.
Será a preocupação com o meio ambiente? Centenas de toneladas de lixo são recolidas todo ano apenas no Rio de Janeiro.
Será a preocupação com os animais? Peru e chester estão de volta do natal para a comemoração e mesmo que não estejam presentes a refeição comum brasileira apresenta alto teor de tortura naturalmente.
Será a preocupação com as pessoas necessitadas do mundo? "Primeiro eu depois elas", "Isso é outro caso", "Não podemos fazer nada", "Vamos beber e nos divertir!"
Beber e se divertir. Isso sim que é o réveillon, apenas uma desculpa esfarrapada que se inventou para justificar atos insensatos pós alto teor alcoólico. Mais uma data, mais uma tradição. É estúpido como algumas tradições são vistas como ultrapassadas enquanto outras continuam  sendo um fenômenos de estrema importância. O mais estúpido, no entanto, são as superstições relacionadas a essa data. Você sabia que para um ano próspero e virtuoso o primeiro passo é comprar uma roupa nova? O visual da noite da virada é essencial, mas não compre qualquer coisa, é claro. Lembre-se, as cores são fundamentais e definem seu futuro. Não consegue decidir se quer paz, amor, esperança ou dinheiro? Não importa, use todas, mas cuidado, uma escolha errada só poderá ser reparada após 365 dias, quando novamente terás que escolher o que consideras mais essencial para os próximos 12 meses e assim sucessivamente. E o mais importante: nunca, nunca mesmo, use preto.
Como alguém consegue acreditar nisso? Um ano sem dinheiro não assim foi porque preferiste o vermelho ao amarelo na madrugada do dia 1°, assim como um ano sem paz não assim foi porque preferiste o verde ao branco. O que a ti padece são reflexos de teus atos e escolhas reais, acoplados ao que o mundo capitalista te impõe. Usar como pretexto de falha uma superstição absurda é um ato demente e covarde. Cuidado com o espelho, se ele quebrar terás sete anos de azar, não importa o que faças. Mas tudo bem, o ser humano não tem nada mais importante para se preocupar além da cor de suas roupas íntimas, tudo está na mais perfeita ordem mesmo.
Dizer-se racional não basta, atitudes racionais são necessárias. Por que todos no mundo não se mobilizam um dia para plantar árvores? Ou para ajudar crianças carentes? Ou para limpar as ruas? Ou para libertar os animais? Ou para acudir um continente (quase) inteiro chamado África? Ou, ou , ou. Há tanto a se fazer e nada sendo feito (além de reclamações, obviamente). Fala-se que o final do ano é uma época de solidariedade, na qual as pessoas se unem numa grande festa como iguais, comemorando juntas o ano que está por vir. Balela, todos ali estão preocupados apenas consigo mesmo, com sua própria diversão, comemorando sabe-se lá o que e, é claro, bebendo, bebendo demasiadamente. É um tempo precioso que está sendo desperdiçado, enquando atitudes dignas de racionalidade deveriam estar sendo tomadas.

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